Segundo dados do governo federal, 11,7 mil contratos financiados em instituições da cidade estão nesta condição. Programa de refinanciamento começou nesta segunda-feira (7) Programa de renegociação tem descontos que variam de 12% a 92% da dívida
Reprodução
Dos 26,6 mil contratos firmados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) por instituições de ensino de Campinas (SP), 11,7 mil estão em inadimplentes há mais de 90 dias, o que representa 43,9% do total. Os dados são do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação, que abriu nesta segunda-feira (7) um programa de renegociação com descontos que variam de 12% a 92% da dívida.
Conforme os dados do FNDE, 87,4% dos contratos firmados pelo Fies em Campinas estão, atualmente, em processo de pagamento. Confira as estatísticas:
Número de contratos na cidade – 26.670
Contratos em amortização (processo de pagamento) – 23.313
Inadimplentes há mais de 90 dias – 11.714
Quem tem contrato com a caixa, pode consultar se tem direito a renegociação pela internet. Já quem tem o contrato no banco do brasil pode renegociar pelo aplicativo ou site do banco e tem a opção de ir presencialmente em uma agência também.
“É uma oportunidade para as pessoas que estão com o CPF restrito e que nesse momento, procurando uma das instituições do Banco do Brasil e da Caixa Econômica poderão já ter o nome limpo no pagamento da primeira prestação”, avalia o economista Caio Katayama.
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O refinanciamento foi autorizado por meio de uma medida provisória, mas o projeto que consolida a medida foi encaminhado para avaliação do Congresso, onde a estimativa para análise e votação é de até 120 dias.
“Quem aderir a essa renegociação nesse período [até votação no Congresso], nada sofrerá. Ou seja, tudo aquilo que foi proposto na medida provisória e os estudantes aderirem eles não serão reformados. É lógico que a partir dessa medida sendo aprovada pelo Congresso e Senado e as novas mudanças entrarem em vigor, aí valerão as novas regras. Então, é importante aqueles que se encontram nesse momento [inadimplentes] já buscarem essas instituições para aproveitarem essa oportunidade”, alerta Katayama.
Ministro da Educação fala sobre a renegociação do Fies
Veja as regras para renegociação do Fies
1 – Quem pode renegociar as dívidas do Fies?
Estudantes que formalizaram contrato de financiamento até 2017 e estão com mais de 90 dias de atraso no pagamento das parcelas.
2 – A partir de quando poderá ser feita a renegociação?
Segundo o MEC, a renegociação das dívidas começou nesta segunda-feira (7) e segue até o dia 31 de agosto de 2022.
3 – Quais são os percentuais de desconto?
Estudantes com atraso superior a 360 dias:
Inscritos no Cadastro Único ou que receberam auxílio emergencial em 2021: desconto de até 92% no valor consolidado da dívida para o pagamento integral do saldo devedor, podendo ser pago à vista ou em até 10 parcelas corrigidas pela taxa Selic.
Demais financiados: desconto de até 86,5% no valor consolidado da dívida para o pagamento integral do saldo devedor.
Estudantes com atraso superior a 90 dias:
À vista: desconto da totalidade dos encargos e 12% do valor principal;
Parcelado: pagamento em até 150 parcelas mensais e sucessivas, com redução de 100% de juros e multas.
Segundo o MEC, para ter o nome retirado dos cadastros restritivos de crédito, os estudantes deverão pagar o valor da entrada no ato da renegociação, correspondente à primeira parcela. O valor mínimo da prestação é R$ 200.
4 – É possível saber se tem direito à renegociação e de quanto será o desconto?
Sim. O estudante pode fazer simulações da renegociação com o banco com o qual possui o contrato do Fies.
Renegociação na Caixa
O estudante que tem contrato com a Caixa pode consultar se tem direito e fazer uma simulação no site sifesweb.caixa.gov.br.
A partir de 7 de março, tendo conferido as regras e perfil de adesão, e feito a simulação, ele pode gerar o boleto da primeira parcela ou o boleto da parcela única, se for a opção escolhida, de forma digital.
Caso seja necessária a atualização cadastral, os documentos também deverão ser enviados pela plataforma.
O pagamento do boleto gerado efetiva a adesão à renegociação.
Para mais informações, os estudantes podem acessar o site www.caixa.gov.br/fies ou ligar no 0800 726 0101.
Renegociação no Banco do Brasil
A renegociação pelo Banco do Brasil poderá será feita digitalmente, pelo aplicativo da instituição financeira, mas há a opção de ser realizada também em qualquer agência do BB.
Para aderir à renegociação, o estudante deve acessar a opção “Soluções de Dívidas, Renegociação Fies”. Por meio da solução, o estudante poderá verificar se pode fazer a renegociação, assim como as opções disponíveis para liquidação ou parcelamento da dívida, os descontos concedidos e os valores da entrada e demais parcelas.
Na plataforma, ele pode contratar a renegociação e gerar o boleto, seja da parcela de entrada ou do pagamento integral da dívida.
Para mais informações, os estudantes podem acessar o App BB ou o portal www.bb.com.br, além do WhatsApp (61-4004-0001) e a Central de Atendimento BB (0800-729-0001).
5 – As regras poderão ser alteradas?
Por se tratar de uma medida provisória, ela tem validade imediata. No entanto, para virar lei em definitivo, ela precisa passar pelo Legislativo em até 120 dias. Durante a tramitação, deputados e senadores podem fazer alterações nas regras, mas, caso isso ocorra, os estudantes que já tiverem feito a renegociação com as regras da MP não serão afetados.
6- O que acontecerá com quem renegociar a dívida, mas não pagar as novas parcelas?
Nesse caso, haverá, como penalidades, as seguintes cobranças:
encargos financeiros previstos no contrato;
juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês sobre o valor das parcelas não pagas;
multa de 2% tanto sobre os valores “perdoados” na dívida quanto sobre o saldo restante.
7 – Quantos estudantes estão endividados?
Segundo o MEC, dos 2,6 milhões de contratos ativos formalizados até 2017 em todo o país, mais de 2 milhões estão na fase de amortização, com saldo devedor de R$ 87,2 bilhões. Destes, mais de 1 milhão de estudantes estão inadimplentes, com mais de 90 dias de atraso no pagamento. Isso representa uma taxa de 51,7% de inadimplência, segundo o governo, e soma R$ 9 bilhões em prestações não pagas.
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