Inicialmente, tem-se que a discussão em torno de uma crise financeira é ampla, tendo em vista os diversos aspectos que a compõe. Por isso, não é nossa intenção nessa oportunidade discutir os elementos que compõem uma crise financeira, mas sim, demonstrar à leitora e ao leitor, a importância de se planejar financeiramente, a fim de minimizar os prejuízos causados por uma crise.

Posto isso, toma-se como exemplo a maior crise vivenciada por nossa geração causada pelo Novo Coronavírus (COVID-19), a qual afetou o mundo inteiro e em diferentes proporções. Indubitavelmente, em países em desenvolvimento os efeitos colaterais foram maiores do que em países desenvolvidos.

Entretanto, uma coisa é certa: a crise financeira chega para todo mundo. Seja por conta de uma demissão inesperada, seja por gastos surpresas como consertos e reformas em imóvel ou veículo, seja por algum tratamento médico. Enfim, existem diversos motivos que podem levar à uma crise financeira.

Atualmente, conforme supramencionado, estamos vivendo sob os efeitos da pandemia da COVID-19, sendo certo que milhões de famílias brasileiras foram diretamente afetadas.

Sem contar a taxa de desemprego no Brasil que vinha subindo por conta da crise político-institucional, a crise financeira ocasionada por conta da pandemia pegou de surpresa milhões de brasileiros, fazendo com que os indicadores sociais apontassem para uma situação de calamidade pública.

Nesse sentido, uma solução apresentada pelo governo foi em relação à instituição do auxílio emergencial, a qual atacava os sintomas e não propriamente as causas da referida crise. De qualquer maneira, sabe-se que as famílias brasileiras que pleitearam tal benefício puderam se manter de alguma forma.

É importante destacar que, pelo fato de a educação financeira não ser objeto de uma política pública educacional, os prejuízos de uma crise financeira tendem a ser maiores, não pelo fato de simplesmente ocorrer do dia para noite, mas sim pela falta de planejamento financeiro.

Dessa maneira, é necessário que de uma forma ou de outra, as famílias se engajem para colocarem em prática um planejamento financeiro. Para se ter ideia, de acordo com uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no ano de 2020, 66,5% das famílias brasileiras estavam endividadas, sendo o maior resultado anual desde o ano de 2010.

Portanto, compreender que o planejamento financeiro é uma ferramenta capaz de organizar as despesas de forma funcional e inteligente, visando o equilíbrio e o controle das contas, faz com que os prejuízos advindos de uma crise sejam minimizados. E claro que não só pra uma situação de crise, mas imaginem numa situação de “normalidade” onde uma família se organiza com um planejamento e consegue, assim, trocar de carro, viajar, comprar novos eletrodomésticos etc., sem ter a preocupação de se endividar.

Por conseguinte, após a família se engajar quanto à importância do planejamento financeiro, é imprescindível se atentar a duas premissas, quais sejam: uma família é praticamente uma empresa, com custos fixos e variáveis e com receitas; o planejamento financeiro não está relacionado à quantidade de renda, pois deve ser um hábito para todos os tipos de família.

Isso quer dizer que a família precisa conhecer as despesas que possui, tanto as fixas, que se referem aos gastos que têm constância (contas de água, luz, internet, alimentação etc.), quanto as variáveis, as quais se relacionam com despesas mais flexíveis, ou seja, gastos como lazer, viagens, passeios, vestuários etc.

Após conhecer as despesas, a família se preocupa em reservar uma parte da renda para emergências, ou seja, possuir uma renda para cobrir gastos com situações inesperadas, por exemplo, com médicos, problemas no imóvel e até mesmo em caso de demissão.

Além disso, a família deve definir metas em relação às finanças, ou seja, o destino da renda familiar deve ser plenamente identificado, com especial atenção aos investimentos. É interessante que se estabeleçam metas e objetivos a curto/médio e longo prazos, para que se possa adquirir bens/serviços sem se endividar.

No caso de a família possuir dívidas em aberto, é interessante que haja uma renegociação delas. Entretanto, esse item merece atenção também, uma vez que muitas famílias acabam se endividando ainda mais quando renegociam suas dívidas, pois o fazem de maneira inadequada. Assim, orienta-se que se analise as despesas e o quanto de dinheiro se pode separar para quitar as dívidas e, após isso, elaborar uma proposta antes de entrar em contato com a instituição credora da dívida.

Por fim, conforme mencionado, é importante que a família invista o dinheiro, pois dinheiro parado é problema. Portanto, separar uma parte da renda com a finalidade de se investir é uma maneira de aumentar o patrimônio, sendo orientado investir naqueles investimentos que possuem uma boa liquidez ou os investimentos de renda fixa, como os CDBs e Títulos Públicos.

De todo o exposto, pode-se concluir que a importância da educação financeira se faz presente e deve ser difundida, de modo que um bom planejamento financeiro pode ser uma ferramenta capaz de minimizar os prejuízos advindos de uma crise.

E aí, preparado para estruturar seu planejamento financeiro?

 

Referência

https://static.poder360.com.br/2021/01/endividamento-2020n-cnc-29jan2021.pdf. Acesso em: 05 de junho de 2021.

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